Canteiro dos girassóis

Desvelando o sol poético.

Textos

Chuva benfazeja
CHUVA BENFAZEJA
Guida Linhares


Foi naquele campo de margaridas,
que ela se deitou para morrer!
Morrer para toda a vida lá fora,
para as ilusões tão transitórias.

Abandonando seu corpo na relva,
chorou as lágrimas de saudades,
recordações que vinham dos tempos,
em que tudo parecia um mar de rosas.

Porém deste mar, cujas ondas batiam,
no movimento das marés, indo às pedras,
sobraram as rubras rosas abandonadas,
cujos espinhos feriram ainda mais o coração.

Olhando para as nuvens negras formadas,
nem se incomodou de continuar ali inerte!
Até que pingos fortes vieram despertá-la,
através da chuva benfazeja, uma benção!

Deixou-se molhar totalmente como criança,
que correndo na chuva, brinca nas poças d`água.
Desta forma compreendeu que os movimentos
da vida são contínuos e plenos de sabedoria!

Que o passado cedeu lugar a um presente,
muito mais promissor e aberto às expectativas,
de realizações concretas de sonhos e desejos,
que haviam morrido dentro de si mesma.

Santos, SP
25/11/06
Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 26/11/2006


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