Canteiro dos girassóis

Desvelando o sol poético.

Textos

Galo Humilhado...
3) GALO HUMILHADO...
Guida Linhares



Eta qui nun consigu

pregá os zóios faiz tempu..

Aqueles dois num si incherga..

fazendo amô sem pará..

Eu aqui tô suzinho,

as galinhas toda sumirum..

nun sei si pra panela,

ou si otro galo  cantadô,

chamou elas pra brincá..

Eta vida marvada,

qui só faz trapaiada...

Eu suzinho no polero,

i aquele hómi empolerado,

pra cima da muié bunita..

Disaforu...vô cantá bem forti,

pros dois atrapaiá.......

Eta que assustei no mió da festa..

Vixe que é isso...

o hómi tá sem carça, correndo

iguar cabrito..

vem na mia direção cum pito

e logo vai me garrá...

vai me escaldá na panela,

minhas penas arrancá..

Vô acabá num caldeirão,

com as pernas pra cima...

Eta vida marvada,

num mereçu tamanha umilhação!

Santos, SP

12/12/06

Em resposta ao poema



2) PRUM SONHU BÃO
Marcial Salaverry


Se avexe não,

essa minina...

qui ieu tô cheganu,

pru teu sonhu realizá...

fique cum gastura não,

si u marvado du galo cantô...

vamu se arrochá

adonde o sonhu tava

cando u marvado isguelô...

nóis se aprochega,

nóis vai si garrá...

mai agora di verdadi,

i vamu botá o galo

pra drentu da panela...

vixi, si vamu...

sem galo cantá,

a jurupoca vai piá...

i nóis vai si amá

inté si fartá...

amô di verdadi é bão

dimais, essa minina....

Afeee, si é...

Entonce? vamunessa?

Marcial Salaverry
Santos/Sp


Que respondeu ao poema>

1) SONHOS
by Rosellindonna


Sonhando tava

qui eu ia,

puruma istrada

diserta ,

quando di repente

ocê apariceu :

palitava os dente, nem oiou pra frente...

Nóis se batemu e nos olhemu



Afeeee...qui gastura,

os cabelin du braçu arripiô...

preu num tumbá ocê me sigurô...

Tava us dois ansim, meio sem ação, fartano a respiração...

Perdemo inté a direção...

Ocê me oiava dun jeito, qui fui ficano afoguiada...



Ocê foi se achegano...e eu ali empacada...garrou minha cintura, aprochegou...e tascô um beijo...

Vixe...qui gostosura...fui me aninhando, ocê me iscorando....

O fogo subindo, nóis se roçano,

eu rivirano os oinhos, seu coração bateno...eitcha...



Ocê levantô meu vestidin, eu fui deceno...num pensava nu qui tava conteceno...

Di pé ocê me oiava, como se já tivesse fazeno...o qui eu, danada, isperava...



Ixi, nem te conto, quando ele disabou, era um rola-rola, vira-vira,

qui inté paricia briga...mas tava era bão, mia miga!

No mió da festa, o disgramado do galo,na janela se  isguelô   ...



Acordei vexada e suada...

e quase morru de raiva.

Arre....cabô cum minha noite de amô.

Roselinndonna

Aracaju,13/11/2002










Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 13/12/2006
Alterado em 13/12/2006


Comentários



Site do Escritor criado por Recanto das Letras